quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Cacto

Vamos, todos, brincar de cacto, sobre a areia de nossa tristeza. Uma folha sobre a outra, sobre caminho do céu intacto. Uns nos ombros dos outros, um braço a nascer de outro braço, uma folha sobre outra, formaremos um grande cacto. Uma folha sobre outra, um braço a nascer de outro braço, a nossa escada de Jacó. Para que Torre de Babel, ou o Empire State, compacto, se uns nos ombros dos outros, chegaremos ao céu num cacto?
Uma folha sobre outra, e já uma árvore de feridas, por entre os anjos de azulejo, e as borboletas repetidas.
Para provar a Deus que a Terra, numa fotografia exata, não é redonda, mas chata. Pra provar por B mais H, que o Homem, animal suicida, já sabe fabricar estrelas, se é que Deus disto duvida. Que iríamos fabricar luas mais bonitas que as suas.
Vamos subir de folha em folha, mais alto que o avião, lá onde os anjos jogam pedras no cão da constelação. Que outros usem avião a jato, para uma viagem em linha reta, mas nós, filhos da planície abjeta, subiremos ao céu num cacto.
Uns nos ombros dos outros, injustiças sobre injustiças, formaremos um verde pacto, vamos todos brincar de cacto.

Alunos: Matheus M. e Jenifer D.

Nenhum comentário:

Postar um comentário